Fly Modern Ark denuncia mais roubos na LAM e diz-se sabotada
Os encandâlos envolvendo a LAM continua a ser frequentes numa altura em que procura – se a todo custo garantir a sua viabilidade como principal Companhia Áerea do País.
Neste sentido, segundo escreve OPAIS, a Fly Modern Ark diz que o abastecimento dos aviões das Linhas Aéreas Moçambique não aconteceu porque as gasolineiras não tinham combustível, não por causa da dívida de 600 milhões de Meticais. Uma vez mais, a consultora acusa alguns gestores de roubarem dinheiro e queixa-se de estar a ser sabotada por colegas da anterior gestão da LAM.
São factos e a companhia não nega: a LAM deve à Petromoc e os atrasos de voos, de facto, foram por falta de combustível. Mas a Fly Modern Ark diz que não se deve estabelecer nenhuma relação nem correlação entre os factos.
A razão é que, segundo Sérgio Matos, falando numa conferência de imprensa, “não foi por falta de pagamento da LAM”, foi, entretanto, porque a gasolineira que devia fazer o abastecimento naquele dia tinha “falta de combustível”.
Sobre a dívida com a Petromoc, “é verdade que a LAM tem uma dívida com a Petromoc na ordem de 70 milhões de dólares”. Os 70 milhões de dólares equivalem a cerca de 4.4 mil milhões de meticais, o que seria sete vezes mais. Essa dívida está registada, mas Matos destacou que “é só com a LAM e não com nenhuma outra gasolineira”.
Outro facto inegável é que cerca de 1000 passageiros foram afectados. E isso seria notícia em qualquer parte do mundo. Só que, para a Fly Modern Ark, os jornalistas não fizeram a matéria só por ser noticiosamente relevante, mas porque alguém de dentro decidiu chamar a imprensa para fazer caso do que já é frequente na companhia. Qual seria, então, a razão que levaria a que tal acontecesse? Essa pergunta Matos fez a si mesmo e deu a resposta.
“É porque iniciámos, há semanas, algumas operações por conta de desvios de dinheiro que não está a entrar nas contas. Iniciámos uma operação para saber onde está o dinheiro; está-se a vender, mas a empresa não está a ter todo o dinheiro e, nos últimos três meses, das avaliações que estávamos a fazer, existe um défice de dois a três milhões de dólares. Só em Dezembro, o prejuízo foi de 3,2 milhões de dólares”, revelou.
E isso levou a que a Fly Modern Ark começasse esse trabalho de rastreio à rota do dinheiro desviado. O que foi feito foi recolher mais de 80 máquinas de POS em 20 pontos de venda. O que se descobriu é que, “mesmo os chefes das lojas não sabiam quem eram os proprietários das máquinas”, tendo ficado claro que o valor não estava a ser canalizado para as contas da LAM.
Isto é só aqui em Moçambique. A Fly Modern Ark desconfia que lá fora haja mais e já há evidências disso. Em Malawi, por exemplo, “existe uma conta com 1,2 milhões de dólares que ninguém sabe como movimentar”. As acusações não terminam por aí. Sérgio Matos diz que “há funcionários que utilizam o dinheiro da LAM para construir casas próprias”.
Sobre a sabotagem, a Fly Modern Ark diz que já esperava que tal acontecesse, mas “não na magnitude que estamos a encontrar na companhia”, diz.
A Fly Modern Ark está na LAM, contratada pelo Governo, para ajudar a tirar a companhia do vermelho. O contrato vai até Abril.