Quinta-feira, Novembro 21, 2024
InícioCorrupçãoHouve corrupção no caso dos erros nos livros escolares

Houve corrupção no caso dos erros nos livros escolares

Segundo escreve OPAIS, há indícios de crime de corrupção no caso dos erros nos livros escolares da quinta e sexta classes despoletados em 2022. A conclusão é do Gabinete Central de Combate à Corrupção, que fala de 10 arguidos entre editoras e funcionários que, à data dos factos, ocupavam cargos de chefia de direcção no Ministério da Educação.

O escândalo dos erros graves nos livros escolares foi despoletado pela imprensa em Maio de 2022. Os manuais em causa eram da sexta e sétima classes, disciplina de Ciências Sociais.

Depois de o caso vir à tona, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano anunciou a criação de uma comissão de inquérito para apurar o que teria acontecido. O prazo era de 15 dias para a apresentação dos resultados, mas só foi possível 20 dias depois. A conclusão da comissão de a de que a Porto Editora foi negligente na produção dos manuais.

Os erros nos manuais não só criaram uma revolta na sociedade, mas levantaram suspeitas sobre a produção do livro escolar, o cumprimento de procedimentos de contratação pública e fortes indícios de pagamento de subornos.

Por haver indícios criminais, o Gabinete Central de Combate à Corrupção abriu o processo número 51/11/P/GCCC/2022 para investigar o caso.

Foram alvo da investigação do GCCC funcionários do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, dentre os quais, os afectos ao Instituto de Desenvolvimento da Educação, Direcção Nacional do Ensino Primário, Direcção da Administração e Finanças, Departamento do Livro Escolar e Materiais Didácticos, Departamento de Aquisições e três editoras envolvidas na produção de livros acima referidos.

Com base no relatório do inquérito realizado pela Inspecção Geral da Administração Pública e nos contratos celebrados entre o Ministério da Educação e as empresas editoras, bem como nas declarações de sujeitos processuais, o Gabinete Central de Combate à Corrupção concluiu haver fortes indícios criminais por trás dos erros graves nos manuais, a saber:

Informações falsas que se traduziram no favorecimento de pessoas que não reuniam requisitos de coordenadores e contratação de avaliadores dos livros com violação dos procedimentos de contratação pública;

Inobservância das normas de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado;
Incumprimento das fases de avaliação dos livros escolares;

Solicitação de pagamento ou patrocínio indevido de valores às empresas editoras por funcionários do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano;

Oferta de presentes a funcionários do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano pelas empresas editoras durante a vigência dos contratos;
Pagamento de remunerações indevidas, consubstanciadas em atribuições de senhas de presença e honorários, sem realização das correspondentes actividades pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano a favor de alguns funcionários públicos e pessoas contratadas no âmbito da produção e avaliação dos livros escolares.

Os factos acima referidos, conclui o Gabinete Central de Combate à Corrupção, dizem respeito a crimes de corrupção, fraude, abuso de cargo ou função e de pagamento de remunerações indevidas, que recaem sobre 10 arguidos.

“O processo-crime com 10 arguidos em liberdade, mediante termo de identidade e residência, dos quais nove funcionários do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, e uma empresa editora foram acusados, tendo o processo sido remetido para o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo para os ulteriores termos processuais. Os arguidos em alusão, à data dos factos, exerciam cargos de direcção e chefia, a vários níveis”, lê-se no comunicado do Gabinete Central de Combate à Corrupção.

O Gabinete Central de Combate à Corrupção faz ainda saber que foram extraídas cópias para a instauração de um processo autónomo com vista a prosseguir com as investigações dentro e fora do país para chegar a outros possíveis envolvidos.

Recorde-se que, dias depois do escândalo, foram exonerados gestores de sectores, directamente, ligados à produção do livro, nomeadamente: o director-geral do Instituto Nacional de Educação, Ismael Nheze; a directora nacional do Ensino Primário, Gina Guibunda e o chefe do Departamento do Livro Escolar e Materiais Didáticos, Fabião Nhabique.

FMI exige que Moçambique faça “prova de vida” de funcionários públicos

Inaugurada Infraestrutura de Energia Fotovoltaica e Abastecimento de Água em Tete

Presidente entrega estrada, mercado central e terminal de autocarros em Tete

Loading

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments